terça-feira, 18 de outubro de 2011

Permita-me dizer...



Fiquei encantada quando hoje cedo pela manhã, vi meu afilhado fazendo o tema de casa. Era uma tarefa sobre como diminuir o consumismo. Eu parei pra pensar, já faz um tempo que a música de Jessie J está na minha cabeça e fiquei me perguntando porque na minha época nós não tínhamos essas lições de filosofia.

Eu lembro da época de quando eu era pequena e que nós comíamos só comida feita em casa pela minha mãe, que nunca trabalhou fora para cuidar dos filhos. Lembro que refrigerante só se bebia em aniversários. Lembro que só se pedia dinheiro emprestado aos amigos e parentes e que era muito difícil conseguir empréstimo com um banco, mesmo sendo funcionário público como meu pai era.

Hoje em dia observo as coisas como são na família da minha irmã. Ambos pais trabalham fora e ainda precisam de auxílio com a casa, tanto que moramos todos com a minha mãe. Quem cozinha agora é a minha mãe, e se minha mãe não pode cozinhar, minha irmã compra pizzas, lasagnas, pastéis prontos para cozinhar. Hoje, minha irmã está atolada em empréstimos para pagar dívidas desnecessárias. Cabelos, brinquedos toda semana, roupa nova todo mês, tirando que ela praticamente não contraria seus filhos e enche eles de carinho quando ela está em casa. As ditas boas palmadas foram extintas, e agora criaram também a "psicologia inversa" pra melhorar a situação.

Veja bem, não estou criticando minha família, pois sei que muito de vocês que passarão por aqui vão se identificar com a situação. Atire a primeira pedra se na sua família não existe alguém como acabei de descrever. A vida anda muito mais difícil agora do que na minha época de infância. O mundo mudou e com eles as pessoas também.

Agora por que tudo mudou tanto? Hoje em dia eu preciso de um aparelho até pra espremer uma laranja. Por quê? Tudo é dito para facilitar a nossa vida, mas será que vale a pena? Não vale mais a pena eu ficar com meus filhos em casa, e curtir a infância deles e de repente quem sabe, quando eles crescerem, arranjar uma ocupação e me preocupar com trabalho? Será que eu preciso de tudo que eu gasto pra ser feliz? Será que eu preciso comprar tudo que meus filhos pedem?

Sem brincadeira, eu conheço uma criança que quando leva um tapa na bunda ou um xingão não chora e até chega a ficar com um sorriso debochado, mas quando lhe negam dinheiro....

É isso que uma mãe quer pra um filho? criar um vazio dentro do ser? E encher o quarto dele de cacarecos? Meu afilhado sabe quanto é 20 reais (ele tem 10 anos), mas ainda acha que o padre da igreja é Jesus Cristo.

Sinceramente, às vezes dá vontade de desistir de viver. Os valores trocaram, e a felicidade se mudou pro passado. Mas eu sou tão cabeça dura, e tão chata, que vou continuar tentando mudar até o dia que Deus quiser me levar, porque eu sou brasileira, eu não desisto nunca! A minha felicidade ninguém vai comprar, porque ela não tem preço!

Beijos e Obrigada pelos comentários.

3 comentários:

  1. Adorei o post, minha filha me pergunta pelo pai, e ue respondo que foi trabalhar, ela: Porque? Eu: Porque ele gosta! Sabe porque eu falo isso, porque trabalhar é uma fase necessária em nossas vidas, ela tem que gostar, não pelo dinheiro, trabalhar edifica e tento passar isso para ela :) Adorei muito o post..

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  2. Pois é... Acho que muitos valores ficaram perdidos no tempo e espaço. Nossos governates não priorizam a educação e cada dia mais as famílias se perdem. Tenho a impressão que somos todos crianças tendo crianças e com isso o mundo vira uma brincadeira e não conseguimos mais nortear a educação e o respeito ao próximo.
    Precisamos estar muito atentos a educação dos filhos e a nossa própria educação, somos o exemplo para eles!
    Um beijo carinhoso e obrigada por sua visita e palavras deixadas no meu blog.

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  3. Boas reflexões!

    Podemos dizer quer antes as famílias eram mais limitadas de recursos, mas eram mais humanas?

    Tinham-se mais filhos, que ajudavam na casa!
    Hoje os pais têm no máximo dois filhos, que são super-protegidos...

    Por outro lado, a sociedade mudou, não é mais o mesmo o mundo que nos cerca. A velocidade da informação e das facilidades tecnológicas obriga os filhos a se adaptarem melhor a isto do que os pais, que se esforçam para inseri-los no contexto (e uma forma de fazer isto é dar o que não tiveram).

    Assim, é complicado julgar o presente e futuro pelo passado!
    Veja exemplos do perigo desta abordagem no exemplo de Steve Jobs que utilizei aqui:

    http://mesdre.blogspot.com/2011/07/plenitude.html

    Mas NUNCA desista de viver!
    Seja porque
    Medo x Viver
    http://mesdre.blogspot.com/2010/06/medo-x-viver.html

    ou
    Leitura social
    http://mesdre.blogspot.com/2011/10/leitura-social.html


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